E cá estou novamente...

Encarei o garoto a minha frente e balancei minha cabeça em confirmação e sentei me ao lado dele. Fiquei calada por uns minutos apenas encarando meus pés.  Já estava ficando noite e a escuridão já se tornava notória, o sol se punha e o ar gélido da noite tomava conta.  Me e encolhi dentro dos meus braços com um pouco de frio. Encarei o menino a  minha frente e ele permanecia calado como se estivesse pensando. Olhei para o jardim a minha frente até um de nos dois resolver falar. Voltei a encarar lo e disse: - Me chamo Dyana Osborn, o prazer é meu. O que faz aqui sozinho?  Não gosta de companhia? Se eu estiver lhe incomodando pode falar senhor.

Off: Ele tava me esperando. 0/0/
Heiselmanns comandam.

Josh se encosta na árvore e coloca as mãos nos bolsos da jaqueta. Pessoas passam correndo pelo caminho a frente mas Josh não se interessa nelas. É uma cena ao longe que chama sua atenção. Seu irmão John sentado em um banco conversando com uma jovem loira. Quem seria ela? Uma brisa sopra e Josh solta um leve sorriso e fixa as próprias mãos. Quantas vidas de detetives já havia tirado com elas? Ele deveria saber? Afinal era esse seu modo operandus: Matar apenas agentes da lei. Fixa novamente a garota e o irmão, e cruza os braços. Quase um ano que ambos não se viam,desde aquela pequena confusão com a máfia chinesa e a explosão do cruzeiro. Espera que John o olhe e faz um aceno com a cabeça e uma piscadela. Josh olha seu reflexo numa poça de água. Veste jeans preto,camisa verde-musgo e uma jaqueta de couro cinza.
Volta a observar a cena e espera.

John o fita e solta uma frase. As palavras percorrem o ar e chegam até Josh rapidamente. O Serial Killer encara John por um momento e se desencosta da árvore e começa a caminhar na direção do banco. Por um segundo cenas invadem sua cabeça. John brigando com o pai enquanto Josh se escondia quando eram crianças. A neve caindo na sua casa na alemanha enquanto ambos sentavam na varanda olhando o horizonte. Quase ninguém sabia a história da família Heiselmann. Era melhor assim. Josh se aproxima devagar e da alguns tapinhas no ombro do irmão e diz:
-Espero não estar atrapalhando vocês. John faz tempos que não nós vemos...
Josh fita a garota como um tigre que fita um pedaço de carne e estende a mão dizendo:
-Prazer em conhece-la. Sou o irmão do John, Josh Heiselmann a seu dispor.
O Serial Killer fita a garota pensando quem seria ela. Uma criminosa? Não tinha aparência de uma. Serial Killer? Não tinha o olhar... Uma agente da lei? Provavelmente...
Um sorriso brota da boca de Josh enquanto fixa o olhar nela.

Fiquei por mais alguns minutos calada, apenas pensando. Queria tentar descobrir porque aquele rapaz mexia tanto comigo e aqueles olhos. Voltei minha atenção para um outro rapaz que estivera todo o tempo encostado em uma árvore próxima e não parava de nos encarar. O jovem a minha frente se apresentou como sendo irmão de John, o encarei e então levantei o cumprimentando. Suas mãos eram frias e o seu olhar gélido, senti um pequeno arrepio na espinha. Abaixei meus olhos e então voltei a encarar aqueles dois rapazes em minha frente. Heiselmann, já tinha ouvido falar naquele sobrenome e aqueles rostos não eram desconhecidos. Voltei minha atenção para Josh e continuei o encarando, ele tinha um olhar que me dava medo e um jeito peculiar de ser, eu poderia dizer que ele era um serial killer. Seu eu estivesse certa, provavelmente estaria em grandes apuros. Apertei um pouco a mão dele e então disse: - Prazer em conhecê-lo sr. Heiselmann, sou Dyana Osborn.

Josh encara a jovem por alguns segundos. Sua mão era quente, quase podia sentir seu sangue correr. Abriu um longo sorriso e diz:
-A senhorita parece tensa. Está tudo bem? Eu não mordo.
Josh solta a mão da mulher e se vira pra John dizendo:
-Quem procurava?
Ao ouvir a resposta volta para garota e diz:
-Então... Conhece o John a muito tempo ou ele começou a importunar como sempre faz? Desculpe a curiosidade... Em que você trabalha?
Josh analisa toda sua linguagem corporal enquanto fixa seus olhos. Podia sentir seu medo. Como um animal acuado. Mas ela não precisava ter medo... Precisava?

Quando soltei a mão de Josh voltei minha atenção aos dois rapazes a minha frente. Precisa me lembrar de qual lugar conhecia aqueles nomes. Continuei encarando eles e prestando atenção em seus gestos e sua conversa.

O dia começou da mesma maneira que os demais dias. Eu levantei ás sete da manhã e fui direto ao banheiro, pois precisava de um banho, ao ligar o chuveiro à água quente começou a descer pelo meu corpo, encharcando os meus cabelos ruivos. Uma lembrança veio a minha mente.

Eu e minha amiga Mary saiamos juntas do trabalho. Um rapaz de mais ou menos 25 anos nos atacou tentando nos roubar. Mary como sempre foi meio rebelde e não queria entregar nada a ele, mesmo que eu tivesse implorado a ela que lhe desse o celular. 

Momentos depois um baque surdo foi ouvido, era Mary caindo ao chão por um tiro que tinha levado.

- MARY, nãoooo. - eu gritava compulsivamente.

Por dias seguidos aquela cena vinha na minha cabeça. E eu sempre pensando que a culpa tinha sido minha. Perguntas sem resposta martelavam em minha mente. Se nós tivéssemos saído mais cedo do trabalho. Se eu não tivesse ficado até tarde esperando o Dimmy. Se e se, nesse momento não adiantava mais chorar sobre o leite derramado. O mal já tinha sido feito, restava apenas seguir em frente.

Minutos passaram-se até eu voltar em mim. Após a saída do banho, eu fui me vestir. Peguei um vestido preto, coloquei um sapato de salto também da mesma cor. Após me vestir arrumei meus cabelos em um coque. Olhei para o relógio era chegada a hora do enterro. Eu não conseguia acreditar que minha única amiga, a menina que eu conheci com apenas 2 anos de idade tinha morrido naquela madrugada no hospital por que não aguentou os ferimentos causados pela bala.

Logo sai de casa e entrei no carro preto que estava estacionado na entrada, imediatamente  dei a partida, e devido a extrema velocidade que eu dirigia, em poucos minutos cheguei ao cemitério para dar um último adeus a uma das pessoas que eu mais gostava.

Eu me dirigi até a entrada do cemitério, aquilo tudo ainda doía muito em mim, ao entrar eu vi várias pessoas conhecidas, Carol a mãe de Mary, amigos do trabalho. Aproximei-me de James o meu chefe e então disse: - Você acha que o assalto foi de proposito? 

Ele me encarou e disse: - Nada é de proposito, ela andava investigando os irmãos Heiselmann e aquela confusão com a máfia. Ela sabia de mais.

Balancei a cabeça tirando aqueles pensamentos dela, então era dai que eu os conhecia. Eles eram os irmãos Heilsemann, os mais procurados de Londres. Sem esboçar nenhuma reação e apenas encarando os dois, eu disse sentando novamente no banco: - Bom sr. Josh, acho que eu não preciso lhe dizer com o que trabalho. Você e John perceberam no minuto que vieram falar comigo. Não sabia que conheceria os dois mais procurados pela Scotland Yard. Sabia que a cabeça de ambos vale milhões? Helena Morgan está atrás de ambos, melhor tomarem cuidado. E não se preocupem, não os entregarei. - Me levantei novamente e então olhei fundo nos olhos de ambos.

A garota de repente parou e pareceu entrar em um transe. Josh analisou suas expressões faciais e notou uma certa dor. Por um segundo olhou para John e depois para a garota novamente. Então disse:
-Todas as vidas acabam. Todas os corações se partem. Importar-se não é uma vantagem Mrs. Osborn.
Aquele era o lema dos Heiselmann. Não se envolver. Não deixar sentimentos atrapalharam sua vida. Nunca. Todos um dia vão morrer. Todos um dia vão ter o coração partido por alguém. Cabe a você não deixar isso afetar sua vida e ficar preso ao passado.
A garota saiu do transe com as palavras de Josh e os encarou por alguns segundos. Sentou e disse:
- Bom sr. Josh, acho que eu não preciso lhe dizer com o que trabalho. Você e John perceberam no minuto que vieram falar comigo. Não sabia que conheceria os dois mais procurados pela Scotland Yard. Sabia que a cabeça de ambos vale milhões? Helena Morgan está atrás de ambos, melhor tomarem cuidado. E não se preocupem, não os entregarei.
Josh encara ela e John por um momento,este parecia preocupado.
Josh volta os olhos para ela e...
-HAHAHAHAHAHAHAHA - Josh começa a rir descontroladamente e começa a ficar vermelho - HAHAHAHAHAHAHAH Você ouviu John? HAHAHAHAHAHAHAHA. Cabeças valendo milhões? Será que a minha vale mais que a sua? HAHAHAHAHAHAHAHA. E o melhor de tudo... Ter cuidado porque Helena Morgan está atrás de nós. HAHAHAHAHAHAHAHA.
O serial começa a ter um novo acesso de riso e começam a descer lágrimas pelo seu rosto.
Alguns segundos se passam e Josh começa a voltar ao normal. Solta um longo suspiro e encara John e a Mrs. Osborn com uma cara divertida. Solta um longo suspiro e diz:
-Peço desculpas por isso. John sabe que eu não resisto ao dramático.
Josh olha ao redor com um leve sorriso e se volta para a garota totalmente sério:
-A polícia nunca conseguiu provar nada. Dezenas de policiais e soldados foram mortos nós últimos cinco anos e a Scotland Yard nunca achou nada que me ligasse ao caso. Eles são desesperados por provas. Já tentaram me prender mas nunca deu certo. Eles me tem como um suspeito apenas. Mas nunca conseguiram provar nada.
Josh se vê em uma sala escura e uma mulher totalmente acorrentada em uma cadeira. Ele segura uma longa Adaga prateada. A mulher tem o rosto coberto de sangue. Em um canto sua carteira e um distintivo exibem: Detetive Smith. Josh sorri e fala: - Você é uma boa garota Mrs. Smith. É uma pena isso está acontecendo. Josh avança para ela com Adaga em mãos.
O serial volta a encarar John e depois a garota dizendo:
-Sou um homem comum perante aos tribunais. Apenas com suspeitas que ninguém pode provar. E acho que john pode dizer o mesmo sobre ele.
Josh se levanta de repente e vai até um carrinho de algodão doce e compra três e volta entregando um para John e outro para Dyana enquanto come o seu olhando para o horizonte. Depois de 30 segundos de silêncio ele a encara novamente muito sério e diz:
-Não temos motivo para fazer mal a moça John. Ela não nos fez nada...ainda. Mas sua amiga Helena Morgan... Estou esperando a tempos poder encontra-la. Ela se meteu com os Heiselmann uma única vez... E foi o suficiente.
Josh come um novo pedaço de algodão doce e volta-se para Dyana e fala:
-Pode levar um recado até ela? Que ela venha... Atrás de nós. Especialmente de mim. Estou esperando por ela a muito tempo. Se eu vou matá-la? Não. Isso seria fácil demais. Eu vou queimar ela. Vou arrancar seu coração enquanto ela olha no fundo dos meus olhos. Essa será sua última visão. Quero muito que ela apareça. Assim como um leão não teme um chacal, não pense em momento algum que eu tenho medo dela.
Nas últimas palavras o sotaque alemão de Josh se acentuou. Uma brisa fria soprou enquanto ele encara fixamente Dyana.
-Eu desejo muito ver Helena Morgan. Temos contas a resolver.
Josh come mais un pedaço do seu algodão doce e fala:
-Eu sei que não vai nós fazer mal Mrs. Osborn. Você não conseguiria. Se você ainda está sentada nesse banco é porque eu ainda quero. E também quero que leve o recado.
O serial olha pro céu e espera.

Definitivamente, Josh Heiselmann não mudara nem um pouco. Talvez tivesse ficado ainda mais insano, mas em base ainda era o mesmo. O modo como seu olhar mudara e aquelas risadas apareceram do nada, era fantástico e aterrorizante. Depois de uma breve saída, Josh voltara com alguns "presentes", dos quais me apossei de um. Ouvi suas palavras com calma e as de Dyana do mesmo modo. 
Morgan estava então, caçando-me e caçando Dyana. Ela achara que conseguiria lidar com os Heiselmann, mas não. Havia mais de ano que não via um rastro seu, e em parte era por isso que voltara a Londres, ver se não deixara nenhuma ponta solta. Comi mais um pouco do algodão doce antes de expressar minha opinião.

- Não importa se ela falar que nos viu ou não, não tem nada que possam fazer, é fato. Josh, ambos teremos nosso tempo com Morgan, mas um pouco de paciência é bom. - Fiz uma pausa enquanto comia mais um pouco do algodão doce e continuei. - Dyana, se está atrás de culpados pelos assassinatos, apenas uma coisa: Só nos procure se não houver pista alguma. Acha mesmo que seríamos desleixados? Principalmente em Londres?

Levantei-me para colocar o lixo que sobrara do algodão doce em um cesto de lixo ali perto, e durante esse tempo restou apenas o silêncio. Precisava deixar eles refletirem sobre o que foi dito naquele pequeno intervalo de tempo e cada um interpretar da maneira que lhe parecia mais confortável. 
Retornei ao banco mas mão me sentei, postando-me à frente da jovem e ao lado de Josh. Então, apenas soltei um riso baixo e olhei para Josh. 

- Engraçado aquele tempo. Que para nos defendermos usávamos armas. Não é que hoje cada um de nós é uma? Tenho certeza que a minha é mais potente.



OFF: Não usei template por que...por que não.

- Não Josh, um dia contaremos nossa história para ela. Esse dia, tenho certeza, não é hoje e nem mesmo é aqui.

Respondi a Josh enquanto via um novo integrante chegar no local e sentar-se por perto. Sua postura, seu andar, a forma como olhava para as coisas, era rígida e ao mesmo tempo precisa. Aparentemente dedicara anos para ter esse "jeito". A jovem conosco digitara algo em seu celular, e pelo que li logo após era certamente importante. 

- Acho que até notarmos um certo olhar no rapaz ao lado, podemos ficar mais um pouco aqui. - Falei, mais baixo que o normal e sorrindo com o canto da boca. - Josh, vou para o mesmo local de sempre, certo? Se quiser me contatar, tem meus números. 

Fechei o sobretudo e fiquei observando os dois. Josh puxara um gancho em relação à nossa história, e agora o que me invadia a mente era exatamente isso. Desde o primeiro dia, até o último, eu vira tudo. Josh crescer e se tornar um matador, e eu me tornar um mercenário. Rapidamente meu pensamento voltou à Morgan, e logo concluí:

- Só me deixem alguns dias com a Morgan, e alguns itens que preciso. Entrego ela pra vocês depois disso, mas não sei se ela ainda vai ter sanidade para responder a uma pergunta sequer.

Quando Josh Sai e vira seu rosto, se depara com uma presença que lhe é familiar. Então ouve a voz ainda mais familiar dizer:
- As Coisas não mudam, não é ? - Patrick recua um passo. - Estou sempre Atrapalhando seus planos de algum jeito, nem que sejam só de andar em uma direção.
Patrick olha rapidamente para John e Dynna nada surpreso, pois eles sabia que já estavam na cidade. Rapidamente diz:
- John ... - Acena com a cabeça. - Sra Osborn ... - Acena novamente. 

Saíra um, outro entrara na história. De pé, me cumprimentando, estava Patrick Jane. Aquele homem me caçara, e tentara frustrar alguns planos meus. Corria atrás de Josh também, mas até hoje, não tinha absolutamente nada que pudesse me incriminar.

- Desculpe Dyana, mas me despeço aqui. Jane, os Heiselmanns voltaram. Vê se consegue tirar algo da guria aqui, talvez saiam coisas interessantes. 

Tirei meu sobretudo e o coloquei sobre o ombro direito segurando-o com a mão do mesmo lado. Acenei com a cabeça para o jovem no banco ao lado, para Dyana e para Jane. Acompanhei Josh porém alguns metros atrás do mesmo.

"Paciência. Nada precipitado."